FOLHA 3 - NESTA. FOLHA. ESTA. LAMCADO. TODA. A COSTA. DO BRAZIL. DO RIO. DAS AMAZONAS. ATE. O RIO. DA. PRATA
O Brasil é assim a América do Sul portuguesa, entre o Equador, que estabelece a esquadria no topo do mapa, e o Rio da Prata; entre o meridiano de Tordesilhas, para Oeste, e o Atlântico Sul, para Leste, que não tendo qualquer denominação ocupa metade da carta. A complementaridade entre espaços marítimo e continental e a importância determinante do primeiro são bastante evidentes nesta folha. Com as rotas marítimas (não figuradas) se relacionam as localizações de ilhas e arquipélagos, como ocorre com o alinhamento de ilhas e ilhéus entre os 18º e 21º Sul, numa direcção Leste-Oeste.
Contrariamente ao que acontece em outras folhas correspondentes nos atlas de Vaz Dourado, a imagem do Brasil não é o de uma ilha separada do continente pelas bacias hidrográficas do Amazonas ou do Maranhão e do Prata. O Maranhão não se estende demasiado para o sul nem ocupa largamente o interior do continente. Sobre uma grande parte do espaço desconhecido, no centro do território, foi figurada uma aparatosa escala gráfica.
Nesse interior repartem-se como se de “grandes regiões” se tratasse: a “Costa do Brazil”, “O Maranhº”, o “Rio das Amazonas”, o “R. da Prata” e, do lado espanhol, onde se desenharam dois escudos (a norte e a sul), com as armas de Castela/Aragão, a “Tera do Emperador”. O escudo com as armas de Portugal, no Norte do Brasil, domina todo o mapa.
A maior ou menor densidade de topónimos ao longo dos litorais corresponde, naturalmente, a uma maior ou menor concentração de colonização europeia.
João Carlos Garcia
(Faculdade de Letras, Universidade do Porto)